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terça-feira, 17 de junho de 2014

Quem sou?

Eu sou apenas um vento frio,                  
Sou aquele pote vazio,
Sou aquela chuva gelada
Que lhe açoita na estrada.

Eu sou a própria solidão,
Preso em meu próprio coração,
Quem passa não me vê
E quem me vê só quer me esquecer.

Eu sou aquela ridícula canção
Que ninguém quis cantar.
Sou restos de amor,
Sou a poeira da falecida flor.

Eu sou composto da própria máscara,
Meus dias estão incertos,
Minha estatueta não tem vida,
Meu corpo abita entre os mortos.

Eu sou espírito cansado
Na porta do cemitério sentado,
Eu sou o mistério que lhe tira o sono,
Eu sou a figura, o reflexo do abandono.